Os novos remédios para a obesidade vão acabar com a bariátrica?

A ciência do combate à obesidade tem caminhado a passos largos.

Enquanto na nossa área específica têm surgido novas técnicas cirúrgicas, mais potentes e seguras, temos testemunhado o desenvolvimento de drogas cada vez mais eficazes para o tratamento da doença.

Já existem medicamentos que podem levar a perdas de peso comparáveis as de alguns procedimentos cirúrgicos.

Diante de resultados cada vez mais impressionantes, fica a pergunta: chegou a hora do fim da cirurgia bariátrica? Finalmente as “temidas” operações para “redução do estômago” serão substituídas pelas canetinhas e comprimidos?

Os mais entusiasmados dizem que o tratamento cirúrgico da obesidade não passa da década atual…

Bem, na velocidade com que a ciência caminha, não podemos duvidar de nada.

Mas algumas ressalvas precisam ser feitas:

➡️ As operações promovem mudanças fisiológicas muito mais significativas e complexas do que os efeitos causados pelas medicações. Isso explica o grande sucesso delas no controle da obesidade.

➡️ É preciso que haja um uso amplo dessas drogas, em grandes populações, para se analisar o resultado delas fora de protocolos de pesquisa. A resposta individual dos pacientes aos remédios pode ser muito mais variável e errática do que os trabalhos têm mostrado. E isso não parece acontecer com as operações.

➡️ O alto custo dos remédios, logo que chegam ao mercado, limita bastante o seu uso. Enquanto isso, as operações bariátricas têm seu custo reduzido ano após ano.

Não restam dúvidas de que as medicações para o controle da obesidade terão cada vez mais espaço no tratamento da doença. E também não podemos negar: em algum momento, a cirurgia será substituída por terapias não-cirúrgicas tão eficazes quanto ou mais eficazes do que ela.

Mas os resultados das operações ainda são muito mais eficazes e, sobretudo, duradouros, do que os apresentados pela maior parte dos medicamentos.

E as medicações ainda estão “engatinhando” em sua proposta de simular os efeitos da cirurgia.

Em algum tempo, com certeza.

Nesta década? Possível. Mas muito improvável.

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