Por que minha resposta é “sim” toda vez que alguém me pergunta se pode comer algo após a cirurgia?
Seria eu um profissional da saúde irresponsável, que deixa os pacientes comerem tudo o que quiserem como se não houvesse amanhã? Até comidas gordurosas e ricas em carboidratos?
Bom… Irresponsável eu tô bem longe de querer ser.
O motivo de ser liberal em termos de alimentação com meus pacientes, de não deixá-los privados de, EVENTUALMENTE, com o suporte de uma nutricionista experiente e consciente, de comerem o que desejam é um só:
Eu acredito no tratamento cirúrgico da obesidade.
Eu acredito que a cirurgia é uma ferramenta potente, capaz de induzir mudanças em hábitos e preferências alimentares.
Capaz de limitar a ingestão de alimentos hipercalóricos.
As mudanças fisiológicas que ocorrem nas operações, com a alteração na produção de hormônios intestinais que estabelecem a comunicação entre o nosso intestino e diversas áreas no nosso cérebro, vão impedir que meu paciente exagere.
Por isso, eu não preciso me preocupar: a cirurgia deve limitar o consumo de comidas hipercalóricas. Por isso, se eu proibisse meu paciente de, de vez em quando, consumir algum “alimento condenado”, eu não estaria acreditando no tratamento que ofereço.
E isso parece pouco racional…