O alcoolismo é um transtorno psiquiátrico que está associado a múltiplos fatores. A predisposição individual e agentes ambientais podem atuar em conjunto para o desenvolvimento do problema.
A cirurgia bariátrica tem sido implicada como um fator determinante e independente para o desenvolvimento do alcoolismo, como se existisse uma relação linear: TODO paciente que se submete à bariátrica vira ALCOÓLATRA.
Será mesmo que se o tratamento de uma doença de fato sempre levasse ao surgimento de outra, esse tratamento teria se consolidado como acontece com a cirurgia bariátrica hoje, que tem sido cada vez mais indicada para o controle da obesidade?
De fato, não podemos negar que as mudanças que a cirurgia proporciona podem favorecer o desenvolvimento do abuso de álcool, mas isso só vai acontecer dentro de um contexto favorável. É preciso que já exista uma predisposição individual, dentro de um ambiente social e/ou familiar e/ou profissional que favoreça o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Não é “operou, virou alcoólatra”.
O que precisamos fazer é uma avaliação psicológica e/ou psiquiátrica correta para identificar um eventual traço de personalidade que contribua para o surgimento do alcoolismo e trabalhar para contornar esse problema.
Se tudo for feito com os devidos cuidados, ninguém precisa se privar dos benefícios fantásticos que a terapia cirúrgica da obesidade proporciona.