O nosso aparelho digestivo também pode se beneficiar significativamente das mudanças proporcionadas pela cirurgia bariátrica.
Nesse contexto, destacam-se os impactos positivos do controle da obesidade em doenças que acometem o fígado, o pâncreas e os intestinos.
O acúmulo de gordura no fígado associado à obesidade (esteatose hepática) é uma condição que pode levar à inflamação crônica do órgão, podendo progredir para cirrose e até mesmo câncer de fígado. A cirurgia está diretamente relacionada à redução da gordura no fígado, o que, consequentemente, previne todos esses problemas.
Outro órgão que sofre diretamente com a acumulação de gordura associada à obesidade é o pâncreas. Já se sabe que a infiltração de gordura no órgão está diretamente relacionada ao risco de diabetes tipo 2 e câncer. Além disso, sabe-se que a presença de quantidades excessivas de triglicerídeos (gordura circulante no sangue) pode causar dano inflamatório direto ao pâncreas, condição chamada pancreatite. A bariátrica auxilia na regressão de ambas as condições, sendo uma excelente arma de prevenção.
O funcionamento e a saúde dos intestinos também podem ser positivamente afetados pela cirurgia. Em uma quantidade razoável de pacientes, mudanças na flora bacteriana e hábitos alimentares mais saudáveis no pós-operatório proporcionam melhoras na função intestinal. Além disso, já se sabe que a cirurgia pode reduzir a ocorrência de doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, ambas influenciadas pelo estado inflamatório crônico da obesidade.