Um dia me foi perguntado se eu já passei pela experiência de tratar algum paciente sem que a família soubesse, ou seja: “escondido”.
Felizmente, isso nunca aconteceu. E é algo com que, provavelmente, nenhum cirurgião bariátrico irá concordar.
Já falei, por aqui, sobre o papel que a família tem no tratamento cirúrgico da obesidade. A participação dos familiares é de extrema importância para ajudar o nosso paciente no seguimento às recomendações e nos cuidados pós-operatórios. É perceptível que pacientes com familiares engajados, que dão o devido apoio no decorrer do tratamento, são os que têm os resultados mais positivos.
Esse é o principal motivo pelo qual você precisa comunicar aos seus familiares, pelo menos os mais próximos, da sua decisão. É importante escutar suas opiniões, medos, anseios e compartilhar as informações sobre o tratamento, para que essa rede de apoio possa ser construída de forma saudável.
Nesse contexto, é também essencial colocar o seu cirurgião em contato com a família. Ele é uma peça importante na medida em que detém as informações necessárias para desfazer eventuais mitos e ideias pré-concebidas que muitos familiares têm sobre as operações e tudo o que elas envolvem.
É fundamental que algum representante da família esteja presente em, pelo menos, uma das consultas de preparo, para conhecer e conversar com o cirurgião.
O foco é um só: que você tenha o máximo auxílio para ter o melhor resultado possível.
Não deixe de informar sua decisão aos seus familiares. Eles são essenciais no tratamento.
E lembrando: o benefício é mútuo. O paciente se sente acolhido, e isso torna o processo mais fácil. E a família, influenciada pela mudança de hábitos que invariavelmente acontece no pós-operatório, também passa a melhorar a sua saúde.
Uma pessoa opera: todo mundo se beneficia. É assim que eu penso.