Quanto mais tempo se permanece na condição de obesidade, maior a chance de a doença progredir para quadros mais severos.
Quanto mais tempo se permanece na condição de obesidade, maior será a chance de comorbidades associadas aparecerem, doenças que podem trazer impactos negativos para a expectativa e para a qualidade de vida.
Tem sido muito frequente a chegada ao meu consultório de pessoas muito jovens com obesidade de grau severo, para as quais a cirurgia bariátrica tem benefício muito claro. São pacientes que, apesar da pouca idade, já vêm com um passado de muitas tentativas de emagrecimento, com as mais diversas estratégias terapêuticas.
Apesar disso, eles escutam que não deveriam optar pela bariátrica por causa da pouca idade. Que deveriam tentar outras medidas antes de adotarem uma opção “tão radical”. O grande problema é que, quando você vem de várias tentativas mal-sucedidas, é muito pouco provável que novas medidas não-cirúrgicas venham a ter resultados diferentes. E aí damos a chance para a obesidade avançar…
O raciocínio a ser empregado nessas situações deve ser exatamente o oposto: justamente pela pouca idade é que deve ser instituído o tratamento mais eficiente possível, que, para boa parte desses pacientes, é a cirurgia. As chances de bons resultados são imensas quando a cirurgia bariátrica é realizada mais precocemente. Quando operamos pacientes que ainda não desenvolveram comorbidades, as operações tendem a ser muito mais seguras.
É mais do que hora de trocar o “você é muito jovem para essa cirurgia” por “é hora de tratar essa obesidade com a cirurgia enquanto você é jovem”.