A popularização do termo “cirurgia de redução de estômago”, para se referir à cirurgia bariátrica, fez com que se supervalorizasse essa redução do volume do órgão como sendo algo decisivo para o resultado da cirurgia, a ponto de se acreditar que a magnitude dessa modificação anatômica (maior ou menor redução de volume) seria algo variável de acordo com grau de obesidade ou que eventuais falhas da cirurgia (do ponto de vista de perda de peso) estariam necessariamente relacionadas à dilatação do estômago no pós-operatório.
Sem dúvidas: um dos principais aspectos técnicos da cirurgia bariátrica é a reconfiguração anatômica do estômago, mas muito mais importante do que o tamanho que ele assume após a operação, é a mudança na sua forma (de “saco” para “tubo”, podemos falar assim).
Tanto que hoje “fabricamos” estômagos até de volumes maiores do que no passado, em algumas operações, e temos resultados melhores.
Hora de quebrar alguns mitos que têm sido colocados por aqui:
➡️ Essa redução do tamanho do estômago não é definida de acordo com o perfil do paciente ou com a vontade dele. A cirurgia segue padrões técnicos rígidos, não se modificam. As referências anatômicas utilizadas para modificar o estômago são as mesmas independente de quem esteja sendo operado.
➡️ Como seguimos padrões rígidos na realização dos procedimentos, é muito pouco provável que, no pós-operatório, esse estômago dilate de modo significativo, a ponto se interferir com o resultado da perda de peso. Um ponto fundamental das cirurgias é desfuncionalizar (retirando ou isolando) toda a parte do estômago que pode dilatar. Por isso, é quase impossível ele retornar ao tamanho original.
Considerando isso, não se prenda nem se preocupe com o tamanho do seu estômago no pós-operatório. Mantenha seu foco em seguir o que sua equipe orienta e, com grandes chances, seu resultado vai chegar.
Ficou com alguma dúvida? Coloca aqui nos comentários ou manda um direct. Vamos desmistificar a cirurgia bariátrica.